quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Dos três mal amados...

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço
O amor comeu meus cartões de visita
O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome
O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas,
O amor comeu metros e metros de gravatas
O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos
O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte...




Autoria: João Cabral de Melo Neto
Adaptação: Cordel do Fogo Encantado

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Homenagens ao Macca!



Amigos... eis aqui as homenagens que vão rolar no show de Sir Paul McCartney em Porto Alegre!
Quem vai ao show, participe!
Quem não vai... ajuda a divulgar?





Arte by @caroltweber

sábado, 16 de outubro de 2010

Homenagem ao Paul McCartney no show de Porto Alegre!



Sabemos que o show do Paul McCartney em Porto Alegre é um grande show (se não o maior show de nossas vidas) e então vamos fazer uma singela homenagem para Sir Paul McCartney.

Vamos cantar a música Hey Jude antes de ele entrar no palco.
Quando as luzes se apagarem e ele estiver se encaminhando ao palco, vamos acender nossos isqueiros (por favor, ISQUEIROS!) e então todos que souberem a letra começam a cantar.

É importante que TODOS cantem, nem que seja apenas as partes que sabe, ok?

Mas...
Por que escolhemos isqueiros ao invés de celular?
Porque na época dos Beatles esse artefato nem existia!

Por que escolhemos cantar antes do show iniciar?
Porque ele geralmente entra no palco sem alguma musica de fundo, então seria mais fácil de ele ouvir nos cantando e assim não cantaríamos entre as musicas, visto que ela está no setlist!

A idéia partiu deste tópico na comunidade Paul McCartney em POA: EU VOU!
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=106844593&tid=5527874839856963746&na=4

Contamos com todos para essa homenagem!
O momento será muito emocionante!
Ajudem a divulgar!




Crédito: texto de @WilliaN_7 com pequenas adaptações

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Um guria legal? Eu não.

Eu não sou uma guria legal.
Não sou legal porque tenho uma maneira às vezes peculiar de enxergar a vida.
Não sou legal porque espero lealdade de quem me rodeia. Nem sempre sou correspondida.
Não sou legal porque se não estou satisfeita com algo, eu falo.
Não sou legal porque não faço média com ninguém.
Não sou legal porque detesto quem faz média para se promover. Prefiro que gostem de mim pelo que sou, e não por puxa-saquismos e atitudes falsas.
Não sou legal porque meu sorriso é ganho por pessoas que REALMENTE valem a pena.
Não sou legal porque às vezes me engano, acho que uma pessoa vale a pena e na verdade ela não vale o que come.
Não sou legal porque não consigo esconder meus atos.
Não sou legal porque não sei mentir.
Não sou legal porque assumo as merdas que faço. Pessoas legais sempre arranjam um jeito de se livrar de suas culpas. Eu não passo adiante, eu assumo.
Não sou legal porque não sei fingir. Deixo isso para os atores, os grandes e reais mestres na arte de fingir.
Não sou legal porque não sou importante - e estou longe de ser - e não conheço ninguém importante.
Não sou legal porque não apareço em colunas sociais nem nada do gênero. Nem quero.
Não sou legal porque não troco as pessoas que amo por outras que não tem importância.
Não sou legal, porque já preferiram a companhia de "amigos" de dois meses à minha companhia.
Não sou legal, porque falo o que penso. Isso é considerado crime.
Não sou legal, porque não estou na moda. Pensando bem... fuck the fashion.
Não sou legal porque não sou cult.
Não sou legal porque tenho um ecletismo um tanto quanto estranho: gosto tanto de Metallica quanto de Cordel do Fogo Encantado.
Não sou legal porque odeio as músicas da moda, e me recuso a ir em festas que tocam o som da moda só para "socializar".
Não sou legal porque não defendo uma pessoa que faz merdas. Mesmo que eu ame essa pessoa.
Não sou legal porque sou fiel.
Não sou legal porque sou leal.
Não sou legal porque não tenho quem me indique para um trabalho em uma grande empresa onde eu possa crescer. Se eu fosse legal, eu teria.
Não sou legal porque não tenho vergonha de gritar e xingar alguém, se extremamente necessário for.
Não sou legal, porque respeito toda forma de vida.
Não sou legal porque defendo homossexuais e outras minorias.
Não sou legal porque sou sincera, até demais.

Não sou nem um pouco legal.
Será que sendo assim eu vou chegar em algum lugar?
Ou será que devo me tornar uma pessoa legal?

quinta-feira, 6 de maio de 2010

“Gays? Prostitutas? Que horror!!”

Estou cursando uma disciplina chamada “Projeto Experimental em Comunicação II”, cujo objetivo é fazer um planejamento de Comunicação para uma ONG. Escolhi o Nuances, uma ONG cujo público-alvo são os homossexuais, que debate questões sobre sexualidade e gênero. Há muito tempo eu queria fazer um trabalho para eles, e com essa disciplina tive a chance. Claro, não sem ouvir coisas que não gostaria de ouvir. Uma colega de grupo disse que está fazendo o trabalho para “conhecer melhor o segmento gay”, e não por concordar com o homossexualismo. Outra se apavorou porque a ONG defende abertamente a prostituição.
Só que assim... vivemos no ano de 2010, e ainda há esse tipo de ranço com os homossexuais? Não consigo aceitar isso. Não sei se eu sou uma heterossexual que tem a mente aberta demais, ou todo mundo é preconceituoso e hipócrita demais em relação a isso. Não é questão de concordar ou não, aceitar ou não, é questão de abrir os olhos para o que se passa ao seu redor!

Você que é heterossexual e está lendo esse texto, pare e pense um pouquinho: como você se sentiria saindo de mãos dadas com seu parceiro do sexo oposto, e visse as pessoas dando risadinhas, fazendo comentários ou, pior ainda, xingando você de “hetero sem vergonha, vai fazer isso em casa, quando não tiver ninguém olhando!”. Um absurdo, não é? Pois é, então por que você acha normal discriminar um homossexual? Só porque uma pessoa tem a opção sexual diferente da sua é normal e até divertido discriminar? Não, não é. Pense: homofobia é preconceito, e se é preconceito, deveria ser crime. Mas não é. Racismo é preconceito e é crime, então por que a homofobia não é crime? Injustiça, não é? Isso eu não consigo entender, e se quando eu morrer a sociedade ainda for assim, eu vou morrer sem entender.

Outra coisa que não consigo entender é a família heterossexual ser “o correto”. Como assim? Um casal homossexual não tem capacidade de transmitir amor e cuidado a uma criança? Você aí, que considera que um casal heterossexual seja o melhor para uma criança, já parou para pensar em quantos casos de violência contra crianças existem por aí? Isto acontece em casais que não têm estrutura, não estão preparados para ter filhos e não planejaram ter um filho. Agora imagine um casal homossexual, que devido às leis da natureza é impossibilitado de gerar um filho, e portanto se prepara de diversas formas para receber uma criança em casa através da adoção. Você acha que pessoas assim cometeriam algum tipo de violência contra uma criança? Certamente não! Mas mesmo assim você considera a família hetero como instituição? Se você discorda desse ponto de vista, ok, então certamente você acha certo uma criança ficar em poder de uma família que a maltratará. Você certamente ficou chocado com o caso Isabella, né? Mas será que o caso Isabella teria acontecido se a menina fosse filha adotiva de um casal homossexual? Analisando as circunstâncias, certamente não.
Não é questão de pensar “ah, ela defende o homossexualismo”. Não é questão de defender ou não. Não há o que ser defendido! Sou a favor de que as pessoas vivam em paz com as suas consciências, sejam elas heterossexuais, gays, lésbicas, travestis ou transexuais. Não consigo entender por que uma pessoa é discriminada só por que gosta de outra do mesmo sexo! Já pensaram que seria bem lógico os homossexuais nos xingarem e até mesmo agirem com violência contra nós, que somos heterossexuais? Seria muito lógico, porque grande parte dos heteros age assim. Mas eles não fazem isso, e acredito que isso nunca acontecerá. Por que então os homofóbicos, infelizmente ainda presentes na sociedade, não caem na real e param com esses preconceitos todos que nunca levarão ninguém a lugar nenhum?


E quanto à prostituição, que a ONG para a qual estou trabalhando defende? Eu também defendo! Sabe por quê? Vamos cair na real: estudo em uma universidade particular, cujas mensalidades são caríssimas. Pessoas como eu, que tem bolsa de estudos integral, são raras. Só conheço outras 3 colegas que tem bolsa integral. Logo, todos os outros pagam para fazer faculdade. E não é bem assim, pois arranjar um emprego não é fácil, alguns colegas ainda têm filhos para criar e são poucos que tem a mamãe pagando a faculdade. Então, sejamos realistas: quantas prostitutas e quantos michês existem na minha universidade (e em todas as universidades)? Não conheço nenhum, mas com certeza são muitos! E se eu soubesse de algum caso, eu o defenderia. Claro que os mais puritanos vão dizer “ah, mas tem outras maneiras, não precisa apelar para isso!”. Concordo. Mas se você aí estivesse com todas as suas contas vencidas, tivesse um ou mais filhos para criar e não visse mais nenhuma outra possibilidade, o que você faria? Continuaria a seguir as “regras da sociedade” e deixaria seus filhos passando fome? Desculpem, mas eu não teria esse mesmo sangue frio só para continuar sendo a pessoa que a sociedade espera que eu seja. Ah, você tem convicções religiosas? Então experimenta levar seu filho (que está passando fome) na sua igreja, seja de qual religião você for, para que eles façam alguma coisa por você, para ver qual a resposta.

Já ouvi diversas vezes a frase “claro que ninguém deseja ter um filho gay, mas se eu tivesse eu aceitaria”. Penso diferente. Eu quero é ter um filho que seja feliz. Não me interessa se meus filhos serão hetero ou homo, o que importa é que sejam felizes. Eu que não vou impor que meus filhos gostem ou não de certas coisas. O que vou ensinar aos meus filhos é que eles devem respeitar TODAS as formas de vida, isso é o mais importante para mim.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Autochoque: quem manda em quem?

Domingo assisti à peça AUTOCHOQUE: TRILHA SONORA PARA ACIDENTES. Surreal, e ao mesmo tempo, muito real. Não era nada convencional, não era uma peça linear, com início, meio e fim bem definidos. O ambiente onde o espetáculo foi apresentado já tinha a ver com o clima: um galpão, ou seja, nada de palco tradicional. O cenário, maravilhoso: pedaços de carros pendurados e dispostos em harmonia pelo chão. Só que a harmonia parava por aí, pois o que o espetáculo mostrou foi o caos.
Como espetáculo multimídia, o grupo utilizou-se de diversos recursos para mostrar a sua ideia: a música, o vídeo, o canto, a trilha sonora executada ao vivo. A trilha sonora era maravilhosa: uma guitarra, uma percussão com bumbo e um tonel (o percussionista era a alma da trilha sonora, era o melhor do grupo), um piano de brinquedo, um xilofone, e um baixo tão bem tocado como poucas vezes ouvi antes. Não havia texto, ações, diálogos: um vocalista/ator e uma vocalista/atriz entravam no palco, davam um texto (ou cantavam, dependendo do momento do espetáculo), e os vídeos associados à trilha sonora demonstravam as ideias.
E qual era a ideia do espetáculo? A ideia era a realidade: os veículos são os verdadeiros líderes da sociedade. Vivemos em função de veículos, assim como morremos em função de veículos. Os vídeos mostraram diversas cenas chocantes de acidentes em auto-estradas, cenas de teste de resistência de veículos em fábricas, detalhes de cicatrizes geradas por acidentes de trânsito e animais mortos pelas estradas após serem atropelados. É chocante ver como um carro, projetado para dar segurança a quem por ele é transportado, acaba-se em um acidente como se fosse um copo de plástico sendo amassado na mão (analogia que foi usada pelo grupo no espetáculo). Vários vídeos de testes de fábrica para verificar a resistência de veículos mostravam como os carros – e os passageiros – ficavam depois de uma colisão. Impressionante foi um vídeo de dois caminhões batendo dentro de um túnel, e um ônibus urbano capotando e rolando como se fosse um brinquedinho frágil. Em uma cena que mostrava a colisão de dois carros, era como se os dois estivessem entrando um no outro, tamanha a violência do choque. Estamos tão acostumados a ver e ouvir falar de acidentes, mas nunca paramos para pensar que os carros mandam nas pessoas. O caos existente nas grandes metrópoles ocorre devido a quê? Devido ao trânsito. As pessoas se matam nas estradas, por quê? Devido à falsa sensação de poder que um veículo traz. Ou você já parou para pensar que todo motorista acha que é um Schumacher ao volante? Quantas vezes ouvimos a frase “eu dirijo melhor quando estou bêbado”? A sensação de poder do álcool misturada à sensação de poder de um carro em alta velocidade é uma droga a mais no sangue, cuja overdose na maioria das vezes é fatal.
E a dependência das pessoas em relação aos seus veículos? O Dia Mundial Sem Carro, se alguém aí reparou, é uma campanha falida. Poucas pessoas – apenas os ecologicamente corretos – deixam seus carros em casa para aderir à campanha. Cansei de ouvir frases como “bem capaz que vou deixar meu carro em casa só para participar de uma campanha idiota como essa!”. Ok. Mas essas pessoas esquecem que existem outros meios de se locomover pela cidade...
E você, já parou para pensar se é você que comanda seu carro ou seu carro que comanda você?





Nota: a temporada de Autochoque: trilha sonora para acidentes encerrou no domingo, e infelizmente o grupo não planeja realizar nova temporada.
Fica o endereço do blog do grupo Ío, responsável pelo maravilhoso espetáculo:
www.autochoque-io.blogspot.com

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Na minha época, as coisas eram tão diferentes...

“Na minha época, as coisas eram tão diferentes”. Frase de gente velha, né? É, pode parecer. Mas eu explico, pois descobri o significado dessa expressão. Quem me conhece sabe que sou extremamente ligada em música. E já faz muito tempo que sou assim.

Já repararam que as “modinhas” de cada estação são ligadas a música? Na minha época de adolescente, também era assim. Quando eu tinha 12 anos, surgiu a moda das boys bands: Five, NSync e as estrelas maiores: os Backstreet Boys. Também surgiram duas cantoras do estilo “quero ser Madonna”: Christina Aguilera e Britney Spears. Esses eram os “sucessos do momento” da época. E é a partir disso que digo, com certeza: na minha época, as coisas eram tão diferentes!
Todos esses artistas vieram de um lugar comum, reviveram modas do passado. Boys bands não eram exatamente uma novidade: o boom desse fenômeno deu-se nas décadas de 80 e 90, com Menudo e Take That. Quanto às cantoras, elas tentavam imitar o maior mito feminino da história do pop: Madonna.

Eram cópias baratas? Com certeza! Eram músicas pré-fabricadas? Sim, é claro. Eram “enlatados”? Sim! Porém, comparem esses artistas com as “modinhas” atuais. Pensem em Calypso, pensem no MC Creu e seus assemelhados, pensem nos grupinhos de pagode que se multiplicam por aí, pensem no Rebolation, pensem na Ivete e na Claudia Leitte. Pensem nos atuais representantes do pop: Wanessa (ex-Camargo), Hori, Strike, Avril Lavigne (ok, ela não é tão atual assim), emos em geral, sertanejos universitários e etceteras. O que há em comum entre as atuais modinhas e os artistas modinhas do passado? São todos artistas sem qualidade, são enlatados, são a cópia-da cópia-da cópia. São modinhas passageiras, que vão cair na vala comum após algum tempo.

E a diferença? Há diferença entre todos eles? Sim. A diferença é que as boy bands e as pseudo-cantorinhas-pop tinham mais preocupação em criar elementos de qualidade. Tinham a preocupação com a performance. Alguém aí vai negar que as coreografias dos Backstreet Boys eram muito bem elaboradas? Ok, não eram elaboradas por eles, mas eles tinham uma equipe de produção muito competente por trás dos trabalhos. Alguém aí vai dizer que as músicas não soavam bem aos ouvidos – apesar de não terem qualidade?

E tem outro ponto a favor desses pseudo-ídolos pop: eu e milhares de meninas brasileiras, loucas pelas boy bands e pelas cantorinhas pop, traduzíamos as letras das músicas, na ânsia de saber o que os ídolos falavam. E na época não era só entrar na internet e puxar a tradução no Google, pois poucos tinham acesso à rede. As traduções eram feitas com o auxílio do DICIONÁRIO DE INGLÊS! Muitas noites passei em claro fazendo traduções de músicas! Bons tempos em que não havia Google Translate. Já fiz curso de inglês (embora não seja fluente no idioma), mas TODO o meu vocabulário de inglês vem dessa época! Artistas “’inúteis” e comuns, mas que proporcionaram conhecimento e diversão para muita gente. Não nego que fui muito fã desses artistas todos. E se ouço algo deles hoje, não acho ruim. Sei que não tem qualidade, e sabia desde os 12 anos que eles eram os artistas da moda e que cedo ou tarde sumiriam, mas essas músicas não soam ruins aos meus ouvidos.

Agora, vamos conversar sobre a nossa atualidade. Alguém vê “preocupação na performance” nas coreografias dos funks e Rebolations? É só balançar a bundinha e tá feita a história. Os pagodes, funks e outras modinhas soam bem no ouvido de pessoas que ENTENDEM de música? Com certeza não. Gostar disso tudo proporciona algum tipo de conhecimento? Além de aprender a rebolar, pagodear e memorizar letras como “no rebolation-tion-tion”, definitivamente não.
Os adolescentes da minha época gostavam de Britney Spears, Christina Aguilera,Backstreet Boys, Five, NSync, Hanson e Spice Girls. E os de hoje? Gostam de Fresno, Parangolé, Sorriso Maroto, Creu, Perlla, Calypso. Na minha época era tão diferente! Era. E era melhor. Mesmo nos artistas da “vala comum”, percebia-se uma preocupação com a produção. Hoje, principalmente no Brasil, qualquer resmungo vira sucesso. Não há preocupação com nada, pois todos sabem que os jovens são alienados e aceitarão qualquer porcaria que aparecer nas paradas de sucesso. Bons tempos que o mau gosto dos jovens era o pop enlatado. As paradas de sucesso encaminham-se para a mesmice e a - cada vez maior - falta de qualidade.

Ah... e bons tempos em que a expressão “modinha” era usada para designar as músicas de uma das melhores compositoras do Brasil: Chiquinha Gonzaga. Mas aí já é outra época e outros gostos.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Um pouco de Vinícius - com significados especiais...


"E por falar em saudade onde anda você
Onde andam seus olhos que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou louco de tanto prazer
E por falar em beleza onde anda a canção
Que se ouvia na noite dos bares de então
Onde a gente ficava,onde a gente se amava
Em total solidão
Hoje eu saio na noite vazia
Numa boemia sem razão de ser
Na rotina dos bares,que apesar dos pesares,
Me trazem você
E por falar em paixão, em razão de viver,
Você bem que podia me aparecer
Nesses mesmos lugares, na noite, nos bares
Onde anda você?..."

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Orgulho, paixão e glória – há um mês, em Porto Alegre...




Hoje faz exatamente um mês que Porto Alegre recebeu o seu maior show. Metallica no Parque Condor, no dia 28 de janeiro de 2010, às 21h47min. Se eu tivesse que escolher duas palavras para resumir o show e a banda, essas palavras seriam PERFEIÇÃO e EMOÇÃO.

Perfeição porque tudo funciona muito bem no show e na existência do Metallica. Cada música foi tocada na hora certa, do jeito certo, com a comunicação certa entre músicos e platéia. Uma banda com 30 anos de estrada, que se mantém coesa apesar de tudo que seus integrantes já passaram, para mim não tem outro adjetivo que a defina além de “perfeita”. Sim, eles sobreviveram (como disse o Kirk recentemente em uma entrevista). Eles sobreviveram às drogas, ao álcool, às brigas, às reabilitações, às crises, à terapia em grupo na época das gravações do St. Anger, e justamente por terem sobrevivido ficaram melhores e mais fortes. Azar de quem não gosta do Load, do Reload ou do St. Anger, esses álbuns têm a sua importância e refletiram o que a banda vivia no momento. Duvido que muitas pessoas que os criticaram consigam fazer algo como “Cure”, “2 x 4”, “The Memory Remains” ou “Carpe Diem Baby”. Duvido que alguma pessoa que tenha criticado esses álbuns consiga transmitir o sentimento que o Lars transmite com a bateria a partir dos 03min50s de “Sweet Amber”. Perfeição é o que resume o trabalho do Metallica. Não existe nenhuma banda que os supere.

Emoção porque não é qualquer artista que consegue unir 30 mil pessoas cantando junto todas as músicas. Não é qualquer um que faz com que os fãs acampem no local do show e sintam frio, calor, fome ou cansaço (ou tudo isso junto) só para garantir o melhor lugar. Emoção porque não é qualquer artista que faz até os metaleiros mais “ortodoxos” e “machões” chorarem ao ponto de soluçar. Emoção porque outros artistas até conseguem fazer seus fãs chorarem, mas com suas baladas. O Metallica conseguiu fazer as pessoas se emocionarem com Creeping Death. Enquanto lembro de tudo isso, eu choro da mesma maneira como chorei no dia do show, é como se eu ainda estivesse lá, a cinco metros de distância da banda, realizando o sonho que eu tinha há 12 anos. Não é qualquer um que causa esse tipo de emoção. Só os muito bons conseguem isso.
Só uma banda como o Metallica faz com que seus fãs sintam orgulho e paixão. E vê-los de perto, muito mais do que a glória, é a realização de um sonho.